sexta-feira, 29 de abril de 2016

Tuparetamense, doutor em história, lança livro nesta sexta (29) em recife

As raízes escravocratas do trabalho doméstico no Brasil, a informalidade característica da relação entre a empregada e o patrão, que muitas vezes transita entre a afetividade e a exploração, são questões que estão na ordem do dia. No cinema, o mais recente filme brasileiro que concorreu a uma indicação ao Oscar,Que horas ela Volta?, estrelado pela atriz Regina Casé, expõe a natureza contemporânea dessas relações. Intitulado “Nem mãe preta, nem negra fulô” , o livro escrito pelo professor de História do Campus Recife, Maciel Henrique Silva, resgata a abordagem dessas questões numa perspectiva histórica e será lançado hj  sexta-feira (29), às 19h, na Livraria Cultura. 

A obra é o resultado de um trabalho de quatro anos de pesquisa desenvolvida pelo docente durante seu doutorado História Social na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Seu livro faz um retorno ao passado - mais precisamente ao período entre os anos de 1870 a 1910 - para investigar a formação do trabalho doméstico num país que começava a se libertar da escravidão. O professor recorre a jornais, legislação e registros policiais da época para reconstruir as origens de um processo que permitiu que a herança escravista se fizesse presente nas casas brasileiras ainda no século XXI.

“No meu recorte, pego um momento inicial de formação de uma classe que estava permeado por tensões ligadas à abolição da escravidão. É um período que em se cristaliza alguns costumes, tanto em termos de exploração como de conquistas”, explica. O livro mostra que no período que antecede a abolição, houve tentativas regionalizadas de se regulamentar o trabalho doméstico. Mas os arranjos informais terminaram ganhando força e se perpetuando até hoje.

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